China Impõe Tarifas de Retaliação aos EUA e Eleva Tensão Comercial Global
- Marcelo Damasceno
- 4 de mar.
- 2 min de leitura

A China anunciou novas tarifas de 10% a 15% sobre produtos agrícolas dos Estados Unidos, em resposta às taxas impostas pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump. A medida afeta aproximadamente US$ 21 bilhões em exportações de itens como frango, trigo, milho, algodão, soja, carne bovina e suína, produtos aquáticos, frutas e laticínios. Além disso, Pequim impôs restrições comerciais e de investimento a 25 empresas norte-americanas, alegando "motivos de segurança nacional".
A retaliação ocorre após o governo dos EUA elevar as tarifas sobre produtos chineses para 20%, como parte de uma estratégia de pressão sobre Pequim. A China já havia adotado sanções semelhantes em fevereiro, atingindo setores de energia e automóveis.
Em resposta, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China declarou que "tentar exercer pressão extrema sobre a China é um erro de cálculo e um engano". Segundo especialistas, Pequim busca manter espaço para negociações, evitando uma escalada descontrolada da guerra comercial.
Expansão das Medidas e Impacto Global
Além da China, Canadá e México também foram alvo das tarifas norte-americanas. Importações canadenses e mexicanas passaram a ser taxadas em 25%, com produtos energéticos do Canadá sujeitos a uma taxa de 10%. Como resposta, o Canadá anunciou tarifas retaliatórias sobre US$ 100 bilhões em produtos dos EUA, enquanto o México afirmou que tomará medidas estratégicas para minimizar os impactos.
As novas barreiras comerciais geraram reações imediatas no mercado global. As bolsas europeias e asiáticas registraram quedas, enquanto moedas como o peso mexicano e o dólar canadense perderam valor. O bitcoin recuou para abaixo de US$ 84 mil, refletindo a incerteza econômica.
Perspectivas e Possível Guerra Comercial
Analistas alertam que o cenário atual pode ser o prenúncio de uma "Guerra Comercial 2.0" entre as duas maiores economias do mundo. Embora Pequim tenha evitado medidas mais agressivas, a escalada das tensões reduz as chances de um acordo entre China e EUA.
Enquanto isso, a Comissão Europeia criticou as ações de Trump, alertando para os riscos de desestabilização do comércio global. Nos EUA, especialistas avaliam que as tarifas podem ter efeitos negativos na economia americana, especialmente se novas sanções forem impostas contra a União Europeia, Índia e setores estratégicos como chips, automóveis e produtos farmacêuticos.
A situação permanece incerta, com mercados e líderes globais atentos aos próximos desdobramentos dessa crescente disputa comercial.
Fonte: G1
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