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Conafer e Contag são alvos de operação da PF por suspeita de fraudes bilionárias no INSS

  • Foto do escritor: Marcelo Damasceno
    Marcelo Damasceno
  • há 5 dias
  • 2 min de leitura

Aristides Veras, presidente da Contag, entidade ligada ao PT que está entre os alvos da operação da Polícia Federal por fraudes no INSS.
Aristides Veras, presidente da Contag, entidade ligada ao PT que está entre os alvos da operação da Polícia Federal por fraudes no INSS.

Duas importantes entidades do meio rural brasileiro — Conafer e Contag — foram alvos de mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (23) em uma investigação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre fraudes bilionárias nos pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A operação, que vinha sendo preparada há meses, mira supostos esquemas de descontos irregulares nos benefícios de aposentados.


A Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais) é apontada como a entidade com atuação mais agressiva no suposto esquema. Seu principal elo no governo federal era André Fidelis, que ocupou o cargo de diretor de benefícios do INSS até julho de 2024. Fidelis foi exonerado após denúncias publicadas pelo portal Metrópoles revelarem a aplicação de descontos indevidos nos contracheques de aposentados, com base em parcerias firmadas com associações e sindicatos.


Essas parcerias permitiam às entidades oferecer “serviços” aos aposentados em troca de filiação compulsória e descontos mensais entre R$ 20 e R$ 50. Apesar de aparentemente baixos, os valores somavam cifras milionárias com a grande quantidade de beneficiários envolvidos. A explosão no número de filiados fez o INSS firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Conafer, exigindo a revalidação dos descontos.


Internamente, fontes do INSS afirmaram à imprensa que a operação policial “era uma questão de tempo”, já que havia tentativas de corrigir o esquema há anos, tanto na atual quanto em gestões anteriores. Fidelis, segundo relatos, chegou a afirmar que não respondia ao então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que pediu demissão após a operação — embora sua saída já estivesse sendo negociada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Stefanutto era visto como um técnico respeitado, com respaldo do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT).


A Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) também está na mira da investigação. Com histórico de ligação com o PT por meio dos sindicatos rurais, seu atual presidente, Aristides Veras, já foi vereador e vice-prefeito de Itabira (MG) pelo partido. A entidade é vista por servidores como “organizada e republicana”, o que causou surpresa com sua citação na operação.


A base da fraude, segundo as investigações, estaria ligada ao antigo modelo de comprovação de aposentadoria rural, que até 2019 aceitava apenas uma declaração do sindicato como documento comprobatório, permitindo a manipulação do processo. Apesar de a Medida Provisória (MP) 871/2019 ter endurecido as exigências, brechas legislativas durante sua tramitação permitiram que a prática continuasse em alguns casos.


As investigações prosseguem, e tanto a Conafer, quanto a Contag, além de André Fidelis e Alessandro Stefanutto, foram procurados pela imprensa, mas ainda não se manifestaram publicamente.



Fonte: CNN


Por Marcelo Damasceno

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