Dólar Cai para R$ 5,77 pelo 12º Dia Consecutivo com Recuo de Tarifas de Trump; Ibovespa Opera em Baixa
- Marcelo Damasceno
- 4 de fev.
- 2 min de leitura
O dólar encerrou esta terça-feira (4) em queda de 0,76%, cotado a R$ 5,7712, registrando o 12º dia consecutivo de desvalorização. O movimento reflete o recuo do chamado "tarifaço" do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira (B3), operava em baixa na última hora do pregão.

Recuo do Dólar e a Reação do Mercado
A recente queda do dólar está diretamente ligada à revisão das tarifas comerciais impostas por Trump. No fim de semana, o republicano anunciou a imposição de um imposto de 25% sobre produtos do México e Canadá, mas negociou a suspensão da medida por um mês, reduzindo o impacto no comércio global.
Além disso, a China respondeu às sanções norte-americanas com novas tarifas sobre petróleo e gás natural dos EUA. Apesar da escalada nas tensões, analistas interpretam que as ameaças tarifárias de Trump perderam força.
"A retórica superagressiva de Trump parece ser, de fato, uma grande alavanca para negociar acordos comerciais e atender outros objetivos políticos", afirmou Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank, à agência Reuters.
Com o resultado de hoje, o dólar acumula:
✅ Queda de 1,13% na semana e no mês
✅ Recuo de 6,61% no ano
Na segunda-feira (3), a moeda já havia fechado em queda de 0,38%, cotada a R$ 5,8153.
Guerra Comercial: China X EUA
Nesta terça-feira (4), a China anunciou novas tarifas sobre importações norte-americanas, como forma de retaliação às medidas de Trump. O governo chinês impôs:
🚢 15% de taxa sobre carvão e Gás Natural Liquefeito (GNL)
🚗 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e automóveis
As novas tarifas entram em vigor na próxima segunda-feira (10). Com isso, as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo aumentam, pressionando os mercados globais.
Entretanto, os investidores avaliam que Trump pode recuar das sanções, assim como fez com o México e o Canadá, diminuindo a pressão sobre o dólar.
Ibovespa e Inflação no Brasil
Enquanto o dólar segue em queda, o Ibovespa opera em baixa nesta terça-feira, refletindo a incerteza no cenário externo e a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O Banco Central destacou a preocupação com a alta dos preços dos alimentos, que deve se propagar no médio prazo. O documento também projeta uma inflação acima da meta até junho deste ano.
Além disso, o Copom indicou que deve elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual na próxima reunião, o que levaria os juros para 14,25% ao ano. O mercado já projeta a Selic em 15% ao ano até o fim de 2025.
Impacto dos Juros na Economia
Juros mais altos tornam os títulos públicos mais atrativos para investidores, reduzindo a pressão sobre o dólar. No entanto, eles também impactam o crédito e o crescimento econômico, exigindo cautela na condução da política monetária.
Enquanto isso, nos EUA, as novas encomendas da indústria caíram em dezembro, puxadas por queda nas reservas de aeronaves civis. Apesar disso, o mercado de trabalho norte-americano permanece resiliente, sem sinais claros de desaceleração.
📢 Fonte: G1
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