Governo Federal Alcança 43 Milhões de Seguidores, mas Falha em Conectar-se com Usuários de Serviços Públicos, Aponta Relatório
- Marcelo Damasceno
- 12 de mar.
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Com 167 canais oficiais de comunicação nas redes sociais, o governo federal acumulou mais de 43 milhões de seguidores, 1,2 bilhão de visualizações e 9,2 milhões de interações nos primeiros 45 dias de 2025. No entanto, esses números ainda estão distantes de alcançar as pessoas que efetivamente utilizam os serviços e dependem de programas e políticas públicas. A conclusão faz parte do Índice Brasil de Impacto Digital (iBR), desenvolvido para o governo pela agência de estratégia digital DSC LAB.
O iBR mede o impacto e a presença digital do governo nas principais redes sociais e plataformas digitais, considerando fatores como engajamento, alcance, relevância e influência. O relatório, que será lançado oficialmente nesta quinta-feira, 13, destaca a disparidade entre os números de seguidores e a base de beneficiários de programas sociais essenciais.
O relatório revela, por exemplo, que o Bolsa Família atende a 50 milhões de pessoas, enquanto a Previdência Social beneficia 39 milhões. Em comparação, o alcance do governo nas redes sociais é consideravelmente menor do que a base de usuários desses serviços. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) realiza 8 milhões de atendimentos diários, um número que supera em cinco dias as interações registradas nos canais digitais do governo durante os 45 dias analisados.
A principal crítica do relatório é a ineficiência do governo em alcançar a população mais carente e os usuários de serviços públicos essenciais, especialmente em meio à crise econômica. Ministérios responsáveis por serviços vitais, como Trabalho e Emprego e Previdência, estão com o pior desempenho nas redes sociais.
A análise do iBR abrangeu os primeiros 45 dias de 2025, período no qual a aprovação do presidente Lula começou a cair e a crise do Pix ganhou destaque nas redes. O relatório também aponta para a dificuldade de reação do governo frente às críticas e à falta de engajamento efetivo com a população.
Este relatório evidencia a necessidade urgente de uma estratégia mais eficaz para conectar o governo com aqueles que mais dependem de suas políticas e serviços, especialmente em tempos de crise econômica.
Por Marcelo Damasceno
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