Morre o ex-goleiro Manga, ídolo do Botafogo e titular da Seleção na Copa de 1966
- Marcelo Damasceno
- 8 de abr.
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Faleceu nesta terça-feira (8), aos 88 anos, o ex-goleiro Haílton Corrêa de Arruda, conhecido no mundo do futebol como Manga. Internado em decorrência de complicações provocadas por um câncer de próstata, o lendário arqueiro deixou um legado incomparável nos gramados brasileiros e internacionais. A confirmação da morte foi feita pelo Botafogo, clube no qual ele viveu o auge da carreira e se tornou ídolo eterno. "É com enorme pesar que comunicamos o falecimento de Haílton Corrêa de Arruda, nosso inesquecível ex-goleiro e ídolo Manga, aos 88 anos, no Hospital Rio Barra", informou o clube em nota oficial.
Natural do Recife, capital de Pernambuco, Manga iniciou sua trajetória esportiva no Sport Club do Recife, onde rapidamente demonstrou talento e personalidade. Entre 1955 e 1958, conquistou três títulos do Campeonato Pernambucano com o Leão da Ilha, chamando a atenção de grandes clubes do eixo Rio-São Paulo. Sua transferência para o Botafogo, em 1959, mudaria para sempre sua vida e sua história no futebol. Vestindo a camisa alvinegra até 1968, Manga fez parte de uma das gerações mais vitoriosas da história do clube, jogando ao lado de lendas como Nilton Santos, Garrincha, Jairzinho e Didi. Pelo Glorioso, conquistou diversos títulos estaduais e nacionais, consolidando-se como um dos maiores goleiros do Brasil.
Em 1966, sua carreira atingiu o ápice com a convocação para a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo na Inglaterra. Embora o desempenho coletivo do time não tenha sido dos melhores naquela edição, Manga figurava entre os titulares, comprovando sua excelência e reconhecimento internacional. Após sua passagem pelo Botafogo, o goleiro ainda brilhou em outras grandes equipes, como Nacional-URU, Internacional de Porto Alegre — onde também se tornou ídolo — e Barcelona de Guayaquil, no Equador, encerrando a carreira nos anos 1980.
Com reflexos rápidos, coragem incomum e uma liderança natural dentro de campo, Manga é frequentemente citado por especialistas e torcedores como um dos maiores goleiros que o Brasil já produziu. Seu nome é reverenciado tanto por suas atuações memoráveis quanto pela longevidade e consistência que manteve ao longo de décadas, em uma época em que a preparação física e as condições técnicas eram bem distintas das atuais.
A morte de Manga representa uma perda irreparável para o futebol nacional. Ídolo em diversos clubes e exemplo de dedicação, ele deixa uma história escrita com defesas antológicas, títulos inesquecíveis e uma paixão incondicional pelo esporte. Seu legado permanece vivo nas memórias dos torcedores e nas páginas douradas da história do futebol brasileiro.
Por Marcelo Damasceno
Petrolina PE
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