O Legado de Dom Campelo e a Voz do São Francisco
- Marcelo Damasceno
- 23 de fev.
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Por Marcelo Damasceno – Ponte FM 91.5
A comunicação católica em Petrolina encontrou sua voz em 1959, quando Dom Antônio Campelo de Aragão, então bispo da cidade, sonhou com uma emissora de rádio que unisse fé, cidadania e informação. Era um período de grandes transformações no Brasil: Juscelino Kubitschek liderava o país rumo à industrialização, a bossa nova emergia como identidade musical, e a televisão ainda engatinhava. Enquanto isso, Petrolina crescia entre os ecos da política local e as disputas de poder entre grupos tradicionais.
Com visão progressista, Dom Campelo acreditava que a rádio poderia ser um instrumento de evangelização e desenvolvimento social. Ele pleiteou a concessão da emissora diretamente com Juscelino, que, impressionado com sua determinação, autorizou o projeto. Mas a burocracia e a instabilidade política, agravadas pelo governo de Jânio Quadros, adiaram a concretização do sonho por três anos.
Foi apenas em 28 de outubro de 1962 que a Emissora Rural de Petrolina entrou no ar, funcionando nos fundos do Palácio Episcopal, na Rua Pacífico da Luz. A cidade ainda não conhecia o potencial da fruticultura irrigada, mas agora tinha uma rádio que amplificava sua identidade e permitia que suas vozes fossem ouvidas em todo o Vale do São Francisco.
Hoje, a Emissora Rural se modernizou, com presença no meio digital e em redes sociais. Seu legado, no entanto, continua vinculado à missão de Dom Campelo: ser um canal de fé, informação e desenvolvimento humano para Petrolina e região.
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