Preço do Café Pode Aumentar Até 25% nos Próximos Dois Meses, Segundo Setor
- Marcelo Damasceno
- 6 de fev.
- 2 min de leitura

O café, um dos itens mais caros da cesta básica, deve continuar pesando no bolso do consumidor brasileiro. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o preço do produto pode subir até 25% nos próximos dois meses, refletindo o impacto da alta da matéria-prima, que já encareceu 116,7% em 2024 em comparação ao ano anterior.
Café Lidera Alta na Cesta Básica
O aumento no preço do café foi mais expressivo do que o de outros alimentos essenciais. Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), os principais aumentos registrados em 2024 foram:
Café: +37,4%
Óleo de soja: +26,6%
Leite: +18,4%
Arroz: +15%
Até dezembro de 2023, um pacote de 1 kg de café tradicional custava cerca de R$ 48,90, mas esse valor pode subir ainda mais.
Principais Motivos da Alta do Café
🌱 Clima adverso: A seca e as altas temperaturas prejudicaram as lavouras, resultando em menor produção. Esse fenômeno, combinado com geadas e ondas de calor dos últimos quatro anos, levou a um aumento de 224% no custo da matéria-prima para a indústria e uma alta acumulada de 110% para o consumidor.
🚢 Logística e câmbio: As guerras no Oriente Médio encareceram os fretes internacionais, aumentando os custos de exportação. Além disso, o dólar valorizado frente ao real tornou mais vantajoso vender café para o exterior, reduzindo a oferta no mercado interno.
☕ Aumento da demanda global: O Brasil, maior produtor e exportador mundial, ampliou suas exportações. A China, por exemplo, subiu da 20ª para a 6ª posição entre os principais importadores do café brasileiro desde 2023.
📉 Consumo mais controlado: Apesar de um aumento de 1,1% na quantidade de café comercializada no Brasil, o consumo per capita caiu 2,22%. Segundo Pavel Cardoso, presidente da Abic, isso indica que os brasileiros estão evitando desperdício devido ao alto custo.

Quando o Preço Pode Cair?
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de 2025 será 4,4% maior que a anterior, com uma estimativa de 51,8 milhões de sacas. No entanto, a expectativa é que os preços se mantenham elevados até setembro, quando termina a colheita atual.
Para 2026, caso o clima permaneça favorável, espera-se uma safra recorde, o que poderia estabilizar os preços e beneficiar o consumidor. Além disso, novos investimentos dos produtores e mudanças nas embalagens – com variações de peso para oferecer preços mais acessíveis – podem amenizar o impacto da alta.
📊 Faturamento do setor em 2024: R$ 36,82 bilhões (+60,85% em relação a 2023).
📰 Fonte: G1
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