top of page

Rio São Francisco: Entre a Beleza e a Degradação

  • Foto do escritor: Marcelo Damasceno
    Marcelo Damasceno
  • 3 de mar.
  • 2 min de leitura

Foto/pintura a óleo do artista plástico Alberto Simões
Foto/pintura a óleo do artista plástico Alberto Simões

O Rio São Francisco, em sua vastidão exuberante e presente, enfrenta os impactos da ação humana. A contaminação desenfreada e a ocupação irregular comprometem suas margens, enquanto a proliferação de baronesas denuncia o desequilíbrio ecológico. O despejo de esgoto não tratado sufoca suas águas, afetando a fauna e a qualidade de vida das comunidades ribeirinhas.


A navegação, outrora pujante, encontra-se prejudicada pelas barragens hidrelétricas, que impõem um fluxo restrito e comprometem a dinâmica natural do rio. O "Velho Chico", outrora chamado de Opara pelos povos originários, vê suas águas contaminadas pelo descarte de resíduos, enquanto suas margens são engolidas pelo crescimento desordenado das cidades.


Sob a Ponte Presidente Dutra, o silêncio e a degradação contrastam com a resistência de uma natureza que clama por revitalização. Grandes projetos de transposição foram realizados sem uma avaliação aprofundada de seus impactos ambientais. Enquanto isso, seus afluentes são consumidos por um avanço imobiliário que privilegia o lucro em detrimento da preservação ambiental.


O Rio São Francisco é testemunha da história, palco de culturas indígenas e da luta de povos negros escravizados. Sua trajetória atravessa cinco estados, influenciando civilizações e deixando marcas indeléveis na identidade brasileira. As embarcações que ainda navegam suas águas carregam histórias de um tempo que resiste ao esquecimento.


Fonte de inspiração para poetas, pintores e músicos, o "Velho Chico" reflete nas artes a melancolia de sua degradação e a esperança de sua recuperação. O artista plástico Alberto Simões retrata essa dualidade em suas pinturas, resgatando a essência do rio que é símbolo de vida e resistência.


Em Jatobá, Salitre, Angari ou Alto Cheiroso, o São Francisco segue sendo essencial para Petrolina e Juazeiro. Sua presença une Pernambuco e Bahia, reafirmando sua importância como um dos maiores patrimônios naturais do Brasil.



Marcelo Damasceno – Petrolina, PE

Comments


bottom of page